Sucesso na baixa renda impulsiona empresas a inovar

OPINIÕES DIVERGENTES!
A atuação no segmento de habitação de baixa renda (até cinco salários mínimos) exigirá uma profunda reformulação no modelo de negócios das incorporadoras. Este foi um dos poucos consensos do seminário "Desafios e Oportunidades do Mercado de Baixa Renda", marcado pela diversidade de opiniões dos palestrantes. O seminário foi promovido na última quarta-feira pela Editora PINI, no Hotel Renaissance, em São Paulo.
Em um auditório lotado, João da Rocha Lima, coordenador do Núcleo de Real Estate da Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo), alertou: as incorporadoras de capital aberto com foco na baixa renda estão adotando estratégias inadequadas. "Com a abertura de capital, essas empresas aumentaram em até 15 vezes sua capacidade de investir, mas estão adotando o mesmo modelo tradicional de atuação". Ele cita, como exemplo, a aquisição de terrenos por permuta, prática que ele considera arriscada num cenário de alta de custos de mão-de-obra e materiais.Para Rocha Lima, na baixa renda é necessário mudar o foco do marketing de produto para a engenharia de produto. Ou seja: "O foco deve ser a redução de custos e a viabilização do pagamento da unidade. É diferente da renda mais alta, onde a disputa não é no preço, mas no emocional (marketing de produto)".Yorki Estefan, diretor da Tecnum Construtora e da Cytec Empreendimentos Imobiliários, tem outra visão. Para ele, as construtoras e incorporadoras estão promovendo importantes avanços na baixa renda, principalmente técnicos. "Hoje, diferente de antigamente, as principais cabeças pensantes do setor estão olhando para a baixa renda. Os avanços estão acontecendo, mas só não foram percebidos ainda devido a outros problemas, como a desqualificação da mão-de-obra, alta do cimento e quebra constante de máquinas de fundações." Estefan também destacou que grandes empresas da indústria de materiais de construção também estão estudando soluções para a baixa renda, o que deve promover mais melhorias no segmento.Sistemas construtivos.
Segundo o arquiteto Wilson Marchi, sócio da EGC Arquitetura, a alvenaria estrutural ainda é o sistema de maior utilização no segmento. No entanto, outras tecnologias estão sendo pesquisadas. "Só que elas exigem maior tempo de maturação", explica. A Cytec, por exemplo, está estudando protótipos de habitações com três sistemas construtivos: alvenaria estrutural (adotado atualmente pela empresa), paredes moldadas in loco e paredes pré-fabricadas.
Para Francisco Oggi, engenheiro da Empório do Pré-Moldado (SP), a melhor opção construtiva para a baixa renda é a industrialização do canteiro, com montagem dos elementos a seco. "Com isso, tiramos toda a improvisação da obra, reduzimos perdas e o excesso de contratos burocráticos com terceiros", defende. Oggi apresentou, em sua palestra, um sistema de construção industrializado que tem estimativa de custo, no Brasil, de 220 euros/m2.
Ubiraci Espinelli, professor da Poli-USP, destacou a necessidade de desenvolvimento de novos indicadores de custos, nas diferentes etapas do empreendimento, para atuar na baixa renda. "O método tradicional de estimativa de custos não é mais adequado. Estamos em um novo momento do setor, precisamos de novos indicadores para valorizar as decisões dos gestores", alertou.
A atuação no segmento de habitação de baixa renda (até cinco salários mínimos) exigirá uma profunda reformulação no modelo de negócios das incorporadoras. Este foi um dos poucos consensos do seminário "Desafios e Oportunidades do Mercado de Baixa Renda", marcado pela diversidade de opiniões dos palestrantes. O seminário foi promovido na última quarta-feira pela Editora PINI, no Hotel Renaissance, em São Paulo.
Em um auditório lotado, João da Rocha Lima, coordenador do Núcleo de Real Estate da Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo), alertou: as incorporadoras de capital aberto com foco na baixa renda estão adotando estratégias inadequadas. "Com a abertura de capital, essas empresas aumentaram em até 15 vezes sua capacidade de investir, mas estão adotando o mesmo modelo tradicional de atuação". Ele cita, como exemplo, a aquisição de terrenos por permuta, prática que ele considera arriscada num cenário de alta de custos de mão-de-obra e materiais.Para Rocha Lima, na baixa renda é necessário mudar o foco do marketing de produto para a engenharia de produto. Ou seja: "O foco deve ser a redução de custos e a viabilização do pagamento da unidade. É diferente da renda mais alta, onde a disputa não é no preço, mas no emocional (marketing de produto)".Yorki Estefan, diretor da Tecnum Construtora e da Cytec Empreendimentos Imobiliários, tem outra visão. Para ele, as construtoras e incorporadoras estão promovendo importantes avanços na baixa renda, principalmente técnicos. "Hoje, diferente de antigamente, as principais cabeças pensantes do setor estão olhando para a baixa renda. Os avanços estão acontecendo, mas só não foram percebidos ainda devido a outros problemas, como a desqualificação da mão-de-obra, alta do cimento e quebra constante de máquinas de fundações." Estefan também destacou que grandes empresas da indústria de materiais de construção também estão estudando soluções para a baixa renda, o que deve promover mais melhorias no segmento.Sistemas construtivos.
Segundo o arquiteto Wilson Marchi, sócio da EGC Arquitetura, a alvenaria estrutural ainda é o sistema de maior utilização no segmento. No entanto, outras tecnologias estão sendo pesquisadas. "Só que elas exigem maior tempo de maturação", explica. A Cytec, por exemplo, está estudando protótipos de habitações com três sistemas construtivos: alvenaria estrutural (adotado atualmente pela empresa), paredes moldadas in loco e paredes pré-fabricadas.
Para Francisco Oggi, engenheiro da Empório do Pré-Moldado (SP), a melhor opção construtiva para a baixa renda é a industrialização do canteiro, com montagem dos elementos a seco. "Com isso, tiramos toda a improvisação da obra, reduzimos perdas e o excesso de contratos burocráticos com terceiros", defende. Oggi apresentou, em sua palestra, um sistema de construção industrializado que tem estimativa de custo, no Brasil, de 220 euros/m2.
Ubiraci Espinelli, professor da Poli-USP, destacou a necessidade de desenvolvimento de novos indicadores de custos, nas diferentes etapas do empreendimento, para atuar na baixa renda. "O método tradicional de estimativa de custos não é mais adequado. Estamos em um novo momento do setor, precisamos de novos indicadores para valorizar as decisões dos gestores", alertou.
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