Cidades sustentáveis: as experiências lá fora

Um dos principais desafios enfrentados pelos profissionais da área tecnológica reside na busca de soluções que garantam a sustentabilidade urbana. Para promover o desenvolvimento econômico e social das cidades sem comprometer o futuro e a qualidade de vida das próximas gerações, é necessário aliar a tecnologia à preservação ambiental, histórica e cultural. Experiências de cidades como Barcelona, Paris, Londres e Beirute são exemplos bem-sucedidos do que vem sendo feito fora do Brasil.
Globalmente, a busca da sustentabilidade urbana é um desafio enfrentado pela grande maioria dos países. Mas, internamente, para atingir esse objetivo, cada nação tem metas específicas que estão diretamente relacionadas com seu grau de desenvolvimento. “Os desafios podem ser divididos conforme a realidade ambiental, econômica e social das cidades envolvidas”, explica o arquiteto e urbanista Renato Rocha. “As experiências de sustentabilidade em países como Canadá, Noruega, China, Brasil, Peru, Estados Unidos, Arábia e Líbano revelam que as peculiaridades regionais são determinantes para sua aplicação”, destaca o arquiteto Alberto Alves de Faria, presidente do Crea do Distrito Federal. Nos países desenvolvidos, as principais preocupações giram em torno de problemas como preservação do patrimônio histórico, incremento no turismo, políticas de imigração, investimento em tecnologia de ponta, integração do transporte modal, energias alternativas, além de outros temas voltados para a melhoria da qualidade de vida urbana. Já os países em desenvolvimento reivindicam infra-estrutura básica como água tratada, esgoto sanitário, energia ou até mesmo melhor distribuição de renda e diminuição da violência urbana. “Isso sem contar as necessidades mínimas para a sobrevivência humana, como os direitos à saúde, à educação, à moradia, e a maior necessidade atual, o combate à fome”, explica Rocha.
Mundos diferentes
A diferença de realidades é facilmente observada na prática. Enquanto em cidades canadenses destaca-se a discussão de instrumentos de gestão transparentes, com o objetivo de possibilitar uma influência maior das comunidades na tomada de decisões, em países como o Peru predominam ações para solucionar demandas de habitação com intenso aproveitamento de resíduos de construção e tecnologias alternativas de baixo custo energético. “O que é sustentável para países da América Latina talvez não seja a preocupação para os europeus, que estão buscando atender melhor a seus cidadãos, com ruas mais limpas e transporte mais eficiente”, afirma Newton Marçal Santos, coordenador nacional das Especializadas de Arquitetura.Embora os exemplos de sustentabilidade urbana no contexto nacional sejam muitos, Marçal explica que ainda não se pode falar em cidades sustentáveis, mas em comunidades ou serviços sustentáveis. “Algumas cidades do Canadá, por exemplo, com renda alta, edificações de boa qualidade e transporte eficiente apresentam problemas como contaminação das águas”, destaca.
A diferença de realidades é facilmente observada na prática. Enquanto em cidades canadenses destaca-se a discussão de instrumentos de gestão transparentes, com o objetivo de possibilitar uma influência maior das comunidades na tomada de decisões, em países como o Peru predominam ações para solucionar demandas de habitação com intenso aproveitamento de resíduos de construção e tecnologias alternativas de baixo custo energético. “O que é sustentável para países da América Latina talvez não seja a preocupação para os europeus, que estão buscando atender melhor a seus cidadãos, com ruas mais limpas e transporte mais eficiente”, afirma Newton Marçal Santos, coordenador nacional das Especializadas de Arquitetura.Embora os exemplos de sustentabilidade urbana no contexto nacional sejam muitos, Marçal explica que ainda não se pode falar em cidades sustentáveis, mas em comunidades ou serviços sustentáveis. “Algumas cidades do Canadá, por exemplo, com renda alta, edificações de boa qualidade e transporte eficiente apresentam problemas como contaminação das águas”, destaca.
Destaque sustentável
Um bom exemplo de experiência internacional de sustentabilidade urbana é a cidade de Barcelona. Edifícios com aproveitamento de energia solar e integração de sistemas de infra-estrutura e de patrimônio histórico são algumas das ações de destaque implementadas na cidade. “Barcelona é o símbolo da cidade-estado, com autonomia financeira e econômica, turismo baseado na arquitetura e no urbanismo histórico, além de contar com infra-estrutura para eventos internacionais durante quase o ano inteiro e investir na arte e na cultura como setores promotores de desenvolvimento local”, destaca Rocha. A cidade, considerada símbolo da arquitetura contemporânea, investiu na requalificação de seu sítio histórico, além de desenvolver educação patrimonial e ambiental intensa, com palestras para a população e cursos para crianças. “A sustentabilidade de Barcelona foi conquistada através de planos de reestruturação urbana que foram seguidos à risca pela gestão política e pela participação da iniciativa privada”, afirma Rocha.Para sediar a Olimpíada de 1992, a cidade investiu em uma ampla reestruturação de seus espaços públicos e do sistema viário. Foram construídas edificações específicas para o evento, e outras surgiram impulsionadas pela explosão dos investimentos de promoção da cidade. Assim como foi feito em Tóquio, Sidney, Berlim, e Madri, a cidade investiu no transporte coletivo integrado modal, melhorando o trânsito e diminuindo a poluição sonora e de gases.
Um bom exemplo de experiência internacional de sustentabilidade urbana é a cidade de Barcelona. Edifícios com aproveitamento de energia solar e integração de sistemas de infra-estrutura e de patrimônio histórico são algumas das ações de destaque implementadas na cidade. “Barcelona é o símbolo da cidade-estado, com autonomia financeira e econômica, turismo baseado na arquitetura e no urbanismo histórico, além de contar com infra-estrutura para eventos internacionais durante quase o ano inteiro e investir na arte e na cultura como setores promotores de desenvolvimento local”, destaca Rocha. A cidade, considerada símbolo da arquitetura contemporânea, investiu na requalificação de seu sítio histórico, além de desenvolver educação patrimonial e ambiental intensa, com palestras para a população e cursos para crianças. “A sustentabilidade de Barcelona foi conquistada através de planos de reestruturação urbana que foram seguidos à risca pela gestão política e pela participação da iniciativa privada”, afirma Rocha.Para sediar a Olimpíada de 1992, a cidade investiu em uma ampla reestruturação de seus espaços públicos e do sistema viário. Foram construídas edificações específicas para o evento, e outras surgiram impulsionadas pela explosão dos investimentos de promoção da cidade. Assim como foi feito em Tóquio, Sidney, Berlim, e Madri, a cidade investiu no transporte coletivo integrado modal, melhorando o trânsito e diminuindo a poluição sonora e de gases.
Qualidade de vida
Vancouver, no Canadá, é outra cidade que se destaca pelo alto nível de qualidade de vida, graças à preocupação com aspectos como infra-estrutura, condições habitacionais e sistema de transporte. A forte atuação das administrações públicas e o envolvimento da sociedade civil na implantação da Agenda 21 tornam cidades de países como Bélgica, França, Holanda, Suécia e Marrocos outros bons exemplos de sustentabilidade urbana. “Na maioria dos países europeus existe uma ação chamada ‘Poluidor Pagador’, na qual quem produz o lixo é responsável pelo seu destino final”, acrescenta Newton Marçal Santos.Paris e Londres, que investiram na despoluição e recuperação ambiental de seus principais rios – o Sena e o Tâmisa – e os transformaram em pontos importantes de turismo e de valorização imobiliária, também se destacam no quesito sustentabilidade. Bayamo, em Cuba, desenvolveu diversas ações de mudança no cenário local, como a limpeza do rio Bayamo, que envolveu o setor acadêmico, a população, empresas, instituições não-governamentais e a administração local. No que se relaciona à preocupação com os aspectos culturais, Alberto Alves de Faria destaca Beirute, no Líbano. “A cidade apresentou um trabalho de reconstrução urbana depois de uma guerra de mais de dez anos, com cuidado e harmonização da história e da cultura dos seus habitantes.”
Vancouver, no Canadá, é outra cidade que se destaca pelo alto nível de qualidade de vida, graças à preocupação com aspectos como infra-estrutura, condições habitacionais e sistema de transporte. A forte atuação das administrações públicas e o envolvimento da sociedade civil na implantação da Agenda 21 tornam cidades de países como Bélgica, França, Holanda, Suécia e Marrocos outros bons exemplos de sustentabilidade urbana. “Na maioria dos países europeus existe uma ação chamada ‘Poluidor Pagador’, na qual quem produz o lixo é responsável pelo seu destino final”, acrescenta Newton Marçal Santos.Paris e Londres, que investiram na despoluição e recuperação ambiental de seus principais rios – o Sena e o Tâmisa – e os transformaram em pontos importantes de turismo e de valorização imobiliária, também se destacam no quesito sustentabilidade. Bayamo, em Cuba, desenvolveu diversas ações de mudança no cenário local, como a limpeza do rio Bayamo, que envolveu o setor acadêmico, a população, empresas, instituições não-governamentais e a administração local. No que se relaciona à preocupação com os aspectos culturais, Alberto Alves de Faria destaca Beirute, no Líbano. “A cidade apresentou um trabalho de reconstrução urbana depois de uma guerra de mais de dez anos, com cuidado e harmonização da história e da cultura dos seus habitantes.”
Desafio profissional
No desenvolvimento de cidades onde os serviços básicos de habitação, infra-estrutura e meio ambiente convivam harmoniosamente e estejam à disposição de todos, a contribuição da área tecnológica é fundamental. “A sustentabilidade está na ordem do dia mundial. Isso porque os nichos de qualidade de vida não se sustentam se não houver um compromisso de todos no sentido de transformar as cidades em espaços dignos para a vida”, afirma o arquiteto José Wellington Costa, presidente do Crea de Sergipe. “A área tecnológica é a base desse processo, por reunir o conhecimento necessário ao desenvolvimento urbano”, completa o arquiteto e urbanista José Roberto Geraldine Júnior.Tecnologias de utilização de energia limpa e renovável, reaproveitamento de resíduos e adequação ao ambiente natural são alguns dos exemplos de contribuições da área para a sustentabilidade urbana. “Os profissionais da área tecnológica são os responsáveis diretos pelo planejamento, acompanhamento, implantação e conservação em quase todas as ações relacionadas ao desenvolvimento sustentável de uma cidade. Para que isso seja possível, é necessário se aperfeiçoar periodicamente para adquirir novos conhecimentos tecnológicos”, afirma Renato Rocha. “É preciso incorporar uma consciência crítica positiva dessa contribuição quando da alteração do habitat construído, aplicando corretamente os conhecimentos científicos adquiridos pela formação acadêmica”, acrescenta José Wellington Costa.
No desenvolvimento de cidades onde os serviços básicos de habitação, infra-estrutura e meio ambiente convivam harmoniosamente e estejam à disposição de todos, a contribuição da área tecnológica é fundamental. “A sustentabilidade está na ordem do dia mundial. Isso porque os nichos de qualidade de vida não se sustentam se não houver um compromisso de todos no sentido de transformar as cidades em espaços dignos para a vida”, afirma o arquiteto José Wellington Costa, presidente do Crea de Sergipe. “A área tecnológica é a base desse processo, por reunir o conhecimento necessário ao desenvolvimento urbano”, completa o arquiteto e urbanista José Roberto Geraldine Júnior.Tecnologias de utilização de energia limpa e renovável, reaproveitamento de resíduos e adequação ao ambiente natural são alguns dos exemplos de contribuições da área para a sustentabilidade urbana. “Os profissionais da área tecnológica são os responsáveis diretos pelo planejamento, acompanhamento, implantação e conservação em quase todas as ações relacionadas ao desenvolvimento sustentável de uma cidade. Para que isso seja possível, é necessário se aperfeiçoar periodicamente para adquirir novos conhecimentos tecnológicos”, afirma Renato Rocha. “É preciso incorporar uma consciência crítica positiva dessa contribuição quando da alteração do habitat construído, aplicando corretamente os conhecimentos científicos adquiridos pela formação acadêmica”, acrescenta José Wellington Costa.
fonte: por Cinthia Andruchak
contribuição: Renato Camacho
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