Estudantes de BH desenvolvem idéia inovadora para sanar o problema das favelas brasileiras.


Os estudos tiveram como base a favela da Serra, em Belo Horizonte, onde vivem cerca de 50 mil pessoas

No lugar da favela, um modelo de habitação com estrutura metálica, que acompanha a inclinação do morro e cria vilas com infra-estrutura, serviços e equipamentos públicos. A proposta faz parte do projeto de urbanização de áreas carentes desenvolvido por um grupo de cinco alunos da Universidade Federal de Minas Gerais, tendo como base a favela da Serra, em Belo Horizonte, onde vivem cerca de 50 mil pessoas.

A partir de tecnologias disponíveis no mercado, o projeto propõe a reunião de conceitos aplicados na construção de habitações horizontais e verticais. A implantação, segundo os estudos, poderá ocorrer em estrutura metálica, de concreto ou mista de aço e concreto. O sistema metálico ganhou o apelido de “grelha de habitações”, cuja estrutura acompanha a inclinação do morro e cria vilas suspensas em “lotes aéreos”, que podem ser ocupados por praças, gramados, quadras esportivas e outros locais de convivência social e cultural. Ali também podem ser instalados edifícios públicos, como posto de saúde e delegacia de polícia.

A estrutura da grelha tem sistemas de coleta e reutilização de água da chuva e equipamentos para captação da energia solar e reciclagem de lixo (Sustentabilidade). Os lotes sem construção, destinados ao lazer e à convivência, permitiriam a circulação de ar e entrada de luz.

O projeto também reserva espaço para a produção de alimentos, tendo a suinocultura como carro-chefe e a geração de energia (biogás) como subproduto. A produção de derivados de suínos já existe nesse tipo de conjunto urbano, mas é dispersa e ineficiente. “A idéia contempla a necessidade de uma ocupação racional, que melhore as condições de habitação do local sem deslocar as populações”, afirma a professora e orientadora Maria Lúcia Malard. As propostas, segundo ela, poderão ser implantadas a partir da formação de cooperativas de moradores, com o apoio do poder público.

Em 2007, pela primeira vez na história da humanidade, a população das cidades superou a das áreas rurais no planeta. No caso de Belo Horizonte, as projeções apontam 1 milhão de habitantes a mais em 20 anos - a população atual é de cerca de 2,5 milhões de pessoas.

O projeto recebeu menção honrosa na categoria estudantes, durante o congresso da International Federation for Housing and Planning (IFHP), em Copenhague, Dinamarca. Compõem a equipe os alunos Bernardo Araújo, Éder Andrés, Isabel Brant, Mateus Andreatta e Thiago Campos (Com certeza daqui a alguns anos estes alunos serão profissionais reconhecidos pelo mercado).
fonte:
Publicada originalmente na Revista Finestra - Edição 52 Março de 2008

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