Construção civil mantém otimismo com economia em 2009

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem mais um companheiro de otimismo sobre os efeitos da crise financeira mundial na economia brasileira. Paulo Safady, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic), acredita ser "bem viável" a atividade ter crescimento real de 5% em 2009 sobre este ano. "Vejo muita gente com derrotismo, mas sou otimista e prefiro manter o otimismo", afirmou ele.
Ao fazer um balanço, hoje, do comportamento do setor imobiliário no ano até outubro, Safady afirmou que mesmo com o cenário de recessão mundial, ele vê alguma retração na economia brasileira somente no segundo trimestre do ano que vem.
"Acho que a gente pode crescer, sim, 5% ano que vem, desde que o governo faça sua parte mantendo o comprometimento com os investimentos anunciados", ele esclareceu.
O grande motor para que o setor de construção civil dê seguimento ao impulso dos últimos dois anos são as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Há muita obra acabando agora, mas outras estão começando", continuou Safady.
Ele criticou, no entanto, o ritmo de liberação dos recursos do PAC, que segundo ele estão "travados" em boa parte dos 45 mil contratos gerenciados pela Caixa Econômica Federal, relativos a 17 áreas do setor público.
"Criamos até um grupo de trabalho para tentar resolver, porque há faturas sem pagamento", disse, explicando que o fato se deve a excesso de burocracia e falta de contrapartida de prefeituras aos recursos federais.
Dados divulgados pela Cbic apontam que dos R$ 17,9 bilhões orçamentários para o PAC em 2008 (fora investimentos das estatais), até o fim de novembro os desembolsos relativos a contratações no ano somaram R$ 2,2 bilhões, isto é, cerca de 12%. Outros R$ 6,7 bilhões foram pagos em restos a pagar de obras contratadas no ano anterior.
A Cbic sugere que, na situação atual de pouca liquidez, o governo não só agilize a quitação de suas faturas, como também reduza o prazo de pagamento de 30 para 20 dias.
Safady afirma que as medidas do governo para garantir recursos de capital de giro ao setor, com R$ 3 bilhões na Caixa, "está fazendo o dinheiro chegar onde precisa". E há ainda outros R$ 7 bilhões que podem ser aplicados pelos bancos privados, em decorrência da permissão do uso de 5% dos depósitos de poupança para giro das construtoras.
Em relação ao otimismo para 2009, Safady declarou que "certamente não se repetirá" no que vem a boa performance do setor imobiliário em 2008. "Mas vamos manter um bom dinamismo com a criação de empregos", declarou. E citou que, no ano até outubro, a construção civil criou 1,6 milhão de empregos e demitiu até agora cerca de 1,3 milhão. O resultado líquido de 303 mil empregos, porém, é recorde.
fonte: O Globo Online
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