Reuso de águas servidas agora é lei


Lei pioneira no Brasil obriga construtoras a apresentarem projetos com mecanismos para uso racional de água em Curitiba (PR). O Hotel Ibis Batel, na mesma cidade, e a sede da Genzyme Corporation, nos EUA, desde 2004 dão exemplo de educação ambiental e economia de recursos, com a implantação de sistemas eco-eficientes em seus edifícios.
Desde março desse ano, uma lei municipal de autoria do vereador João Cláudio Derosso obriga às novas edificações, ou aquelas em construção na cidade de Curitiba, a se adequarem às regras de uso racional da água. A Rede Accor utiliza o mesmo sistema em hotel econômico com sua bandeira, o Ibis Batel, desde outubro de 2004.
Desde março desse ano, uma lei municipal de autoria do vereador João Cláudio Derosso obriga às novas edificações, ou aquelas em construção na cidade de Curitiba, a se adequarem às regras de uso racional da água. A Rede Accor utiliza o mesmo sistema em hotel econômico com sua bandeira, o Ibis Batel, desde outubro de 2004.
Por solicitação da Rede Accor, a Construtora Laguna, responsável pela obra do Ibis Batel, implantou um sistema que conta com o reaproveitamento da água dos chuveiros e pias. Captadas por uma cisterna, após filtragem e tratamento visual e olfativo, as águas voltam a ser utilizadas para as descargas. “Estima-se que 27% das águas utilizadas nos apartamentos sejam consumidas nas descargas sanitárias”, afirma a diretoria da Construtora Laguna. Foram implantados também economizadores de água nos chuveiros e pias, com arejadores de ar. Segundo estudo da Construtora, com esse sistema, o consumo médio do chuveiro e da pia caem de 720 para 468 litros/dia. O custo de implantação dos economizadores foi inferior a 1%, gerando uma economia de 35% para o hotel.
Os dois sistemas agregados (reuso de água e economizadores) mensalmente representam uma redução de 50% em relação aos demais hotéis da rede que não os possuem. No Ibis Centro Cívico, também em Curitiba, para uma ocupação de 70%, o custo da água é de R$ 7 mil por mês, enquanto no Íbis Batel, é de aproximadamente R$ 4 mil, apresentando uma economia de custo de R$3 mil reais. O custo do investimento da Rede Accor, R$46 mil para o reuso e R$6.300 para os economizadores, foi inferior a 1% do total da obra e pagou-se em 18 meses. O hotel também utiliza outros sistemas de economia, como a recirculação de água quente e uso de descargas de baixo consumo.A nova Lei 10.785, proposta por Derosso, obriga ainda às construtoras a incluírem nos projetos captadadores para as água das chuvas nas coberturas das edificações, com o encaminhamento a uma cisterna ou tanque, para utilização em atividades que não requeiram água tratada, como rega de jardins e hortas, lavagem de roupas, veículos, vidros, calçadas e pisos.
A Secretaria Municipal de Urbanismo ficará encarregada de fiscalizar a instalação dos equipamentos de reutilização de água nos novos empreendimentos. Do contrário, não será emitido o “habite-se”, documento que atesta a legalidade do imóvel sob o ponto de vista jurídico. “Estamos pensando em criar um ‘selo verde’, para atestar os edifícios construídos com garantia ambiental, agregando dessa forma valor junto à população de Curitiba, que é bastante consciente nesse sentido”, disse o vereador. De acordo com Derosso, iniciativas visando a eco-eficiência são muito comuns em países como o Japão e os Estados Unidos. A Genzyme Corporation, uma das mais importantes empresas de biotecnologia do mundo, construiu para a sua sede em Boston, Massachussets, um exemplo de greenbuilding – um edifício inovador em termos tanto de sustentabilidade como no design dos espaços de trabalho. O sistema de drenagem da água da chuva flui para dois tanques coletores antes de ser despejado na rede de esgotos local. O primeiro tanque coleta a água para suplementar a demanda por água das torres de refrigeração, o que possibilita uma significativa economia de água a cada ano. O segundo recebe a água da chuva coletada na cobertura e rega o jardim suspenso quando os sensores no solo indicam que a grama está seca.As características do projeto ambiental do edifício encontram-se não só no projeto de coleta de águas das chuvas, mas também em relação à fachada do edifício, iluminação, refrigeração e aquecimento. Para conter as difíceis condições do clima de Boston, o edifício conta com envelope de vidro de alta performance e fachadas parcialmente duplas, que no verão bloqueiam os ganhos solares e ventilam o calor, e no inverno funcionam aquecendo os espaços interiores.
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